Alguns professores acham que incluir jogos nos planejamentos é perda de tempo. Para eles, escola é lugar de trabalho, entendendo como trabalho o ato de preencher inúmeras folhas de exercícios sem considerar o interesse dos alunos por esse tipo de atividade.
Piaget afirmou que a interação social é indispensável para que a criança
desenvolva a lógica. Por volta dos 7 ou 8 anos, as crianças têm condições de
enxergar o outro e trocar idéias com ele. Essa interação proporciona o
confronto de pontos de vista diferentes e exige que a criança use a lógica para defender suas
idéias, desenvolvendo seu poder de argumentação e de reelaboração de conceitos
a partir da interferência do outro. E nesse caminho que leva ao
desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, o jogo representa uma
estratégia de trabalho preciosa.
Nos jogos, os alunos são desafiados constantemente por problemas que lhes são
significativos e estimulados a pensar rápido e a traçar inúmeras estratégias
para conseguir atingir seus objetivos.
A troca de opiniões que o jogo favorece é de extrema importância para o desenvolvimento de um pensamento mais lógico e coerente. Os alunos testam a lógica dos conhecimentos adquiridos e são obrigados a organizar falas coerentes para se fazer entender pelos outros.
Nos jogos, os conteúdos matemáticos estão presentes e despertam a curiosidade dos alunos, que precisam discutir e argumentar sobre as respostas encontradas, decidir se estão corretas ou não, verificar o motivo dos seus erros e corrigi-los com o apoio do grupo. Nesse momento, os alunos têm a oportunidade de ser mais ativos e de se supervisionar mutuamente, desenvolvendo sua autonomia.